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A Arte dos Jardins de Burle Marx: entre o Natural e o Construído


Calçadão de Copacabana – RJ | Foto Pixabay

A história de cada povo está descrita, frequentemente, na ideia paisagística do jardim construído próximo de vilarejos, em seus arredores imediatos de modo a sustentar e preservar a vida. Seja como plantio alimentar ou mesmo o uso de plantas medicinais.

Jardins ao serem concebidos com base na paisagem podem contar a história de muitos povos como os hebreus, persas, gregos, romanos dentre outros. Podem ser originários de bosques sagrados dedicados a algum mito, ou ter como fonte de inspiração condições naturais favoráveis que propicie a criação de belos jardins como bosques, lagos, colunatas, verdadeiros refúgios na natureza.

Por vezes, soluções geométricas de cunho artístico relacionando o natural a elementos da paisagem construída, determina um olhar plástico no tratamento espacial, os jardins deslumbrantes de impacto monumental, a exemplo de Burle Marx.

“Desde então tenho usado o elemento genuíno, da natureza, em toda a sua força e qualidade, como matéria, organizada em termos e propósitos de uma composição plástica. Pelo menos é assim que entendo o paisagismo, como uma forma de manifestação artística. ” Roberto Burle Marx

Para Burle Marx existem duas paisagens: a natural e a construída. A primeira é existente e intocada, a segunda é humanizada e deve corresponder as exigências das necessidades das pessoas, ou seja, a natureza de seus jardins pode ser alterada, até mesmo em função de ser utilitária. Assim, a paisagem construída deve ser antes de tudo estética, ou seja, se caracterizar por uma organização plástica.

Tais conceitos se fundamentam em princípios históricos, pois na medida em que diferentes culturas, épocas e lugares intervêm de modo consciente na paisagem natural, a transformam em paisagem construída. Planejar um jardim é algo tão antigo quanto a história escrita e uma das mais remotas formas de arte.

Neste sentido, Burle Marx nos ensina que a natureza é o todo, onde seus elementos estão inter-relacionados e que o paisagismo deve adaptar-se de modo que possa haver ajustes entre as pessoas e o meio natural e construído, pois o jardim entendido como arte é uma necessidade espiritual e emocional, parte integrante da vida em sociedade.

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